sexta-feira, 22 de junho de 2007

"It´s Goggalor!!! Run for your lives!"

A primeira análise do Gamer Atrasado vai para um jogo que pouquíssimas pessoas jogaram,apesar de ser um dos jogos mais criativos e insanos que eu conheço,daqueles que merecem ser rejogados ou conhecidos.O jogo é Psychonauts.



Eu já zerei este jogo há mais de um ano,mas ele é tão bom que merece ter a honra(?) de ter a primeira retro-análise do blog.Psychonauts foi lançado em abril de 2005,para Pc,Xbox e Playstation 2,pela Majesco,e desenvolvido pela Double Fine.As idéias malucas do jogo sairam da cabeça do não menos maluco Tim Schaffer,designer de vários populares adventures da Lucasarts,como Full Throttle,Day of The Tentacle e Grim Fandango.Mas Psyhconauts tem pouco de adventure,se focando mais na ação em plataforma.È como um Mario 64 numa viagem de ácido.



Psychonauts acompanha as tribulações do jovem Raz,um garoto determinado a ser tornar um psiconauta(perdoem a liberdade criativa da tradução),agentes especiais treinados no uso de poderes psíquicos e explorar a mente das pessoas.Para isso, ele foge do circo,onde o seu pai o fazia treinar arduamente,até o Whispering Rock Psychic Summer
Camp,um acampamento de verão dedicado a treinar crianças para se tornarem psiconautas.Após ser pego espiando a cerimônia de abertura do acampamento,os treinador observam que ele tem grande força psíquica,e decidem aceitar o garoto no lugar.



A história começa simples,mas conforme se desenrola,você descobre que os alunos do acampamento estão sumindo,e há algo maligno acontecendo por ali.A temática é bem-humorada,cheia de sacadas e diálogos inteligentes,apesar de algumas vezes tratar de temas um pouco sinistros para um jogo com um visual aparentemente infantil.O ponto forte da história de Psychonauts são os seus sensacionais personagens;desde o protagonista,aos instrutores Sasha Nein e Milla Vodelo,ao chefe dos psiconautas Ford Cruller,o suspeito Instrutor Oleander,o par romântico de Raz,Lili,o seu amigo neurótico Dogen,o bully frustrado Bobby Zilch,entre os muitos alunos do acampamento,cada um com sua personalidade distinta.



Aliás,personalidade é o ponto-chave de do jogo.Cada mundo é a representação da mente de um personagem.Apesar dos primeiros mundos do jogo(o campo de guerra de Oleander,o cubo mental de Sasha,e o clube disco anos 70 de Milla)serem bem bacanas,a coisa começa a ficar interessante quando Raz vai para um sanatório mental.Lá,o pessoal tem desordem mentais que proporcionam mundos simplesmente insanos,como um típico "suburbia" americano completamente distorcido e cheio de elementos de teoria de conspiração,uma rua inspirada no estilo espanhol de pintura sobre veludo negro,e um circo feito de carne.E é claro,o meu favorito,a mente de uma peixe gigante de voz grossa chamada Linda,em que você é um gigante,e deve libertar uma cidade habitada por pequenos peixinhos do domínio de um "herói" igualmente gigante estilo Ultraman,destruindo prédios, ajudando rebeldes cujo plano é implantar a revolução imprimindo panfletos de propaganda revolucionária,e pisando peixinhos enquanto eles correm deseperados e te chamam de Goggalor.



Criatividade é o que difere Psychonauts dos muitos jogos de plataforma por aí.Já começa com o menu incial,que tem Raz correndo por um cérebro.Nas fases,os objetos colécionáveis não são moedas e estrelas,e sim coisas como fragmentos de imaginação(enormes figuras em 2D transparente)s,estacas ritualísticas indígenas que servem como dinheiro,pontos de exclamação que recuperam energia,e "bagagem
emocional"(literalmente),que liberam detalhes secretos da vida de cada personagem cuja mente você está explorando,e também artes conceituais.Os inimigos também são incomuns;censores de óculos e terninho atacam você com carimbos no mundo mental,enquanto no acampamento você enfrenta ursos que usam pirocinese,e alces que usam telecinese.Isso sem mencionar os chefes,que vão desde um ultra-censor,um crítico teatral que ataca com palavras,a chefe maligna das bandeirantes vendedoras de biscoito,e o bizarríssimo chefe final.



Conforme Raz encontra fragmentos de imaginação,ele sobe de nível de psiconauta.Subindo os níveis,você aprende também novos poderes psíquicos,que podem ser usados tanto no mundo real quanto no mental.Esses poderes,que vão de um tiro psíquico até invisibilidade,pirocinese,clarividência e telicinese,são necessários
para avanço no jogo,pois ajudam a resolver problemas.O problema é que alguns poderes raramente tem o uso exigido,enquanto outros(principalmente o de Levitação)tem o controle muito impreciso.



O jogo tem uma duração razoável,especialmente se você quiser coletar todos os colecionáveis e atingir o nível mais alto de psiconauta(o que libera uma cena secreta ao zerar o jogo).Mas ele é atrativo o suficiente para querer jogar de novo,só para curtir os ótimos diálogos e a história viajante.O que me estranha é como tão pouca gente teve contato com esse jogo,que foi um fracasso de vendas.Felizmente,o jogo recentemente foi relançado pelo Steam,o sistema de distribuição e venda online de games da Valve.Quem sabe agora não role até uma sequência?

quinta-feira, 21 de junho de 2007

O Primeiro Post a Gente Nunca Esquece

Chegou o Gamer Atrasado!Esse é o blog que vai tentar fazer justiça á todos aqueles jogos lançados 2,3 anos atrás,e que um monte de gente jogou,mas você não,ou simplesmente aqueles jogos que ninguém jogou mesmo.Se você não se envergonha de jogar jogos com gráficos datados,gosta de um jogo que ninguém lembra ou sequer conhece,ou adora descobrir clássicos incógnitos na teia de aranha de memória que é a internet,bem vindo.Se você só joga Winning Eleven ou GTA,bem vindo também,(quem sabe você muda de opinião).E se você,como eu,considera os jogos eletrônicos uma mídia tão ou mais poderosa que qualquer outra,seja para entreter,ensinar,contar histórias,matar o tempo,ou tudo isso junto,bem vindo.

A minha inconstância criativa pode fazer com que este blog tenha posts esporádicos,mas eu vou tentar manter uma regularidade.E se você gostar ou não gostar,concordar ou discordar de um post,não esqueça de comentar!