domingo, 16 de setembro de 2007

TOP 7

Música é uma parte integral da experiência de jogar um jogo, tanto que muitos compositores se esforçaram para criar trilhas sonoras tão memoráveis quanto os jogos que as acompanham.Mas eu dado momento, em certos jogos, a música toma o foco de atenção, seja num número musical, seja num minigame, seja numa sequencia de animação.Para aproveitar a chegada do Video Games Live (é hoje em São Paulo, semana que vem no Rio-e eu vou! -e dia 30 em Brasília), eu resolvi preparar um Top 7(Lê-se "Top Sete")com os momentos musicais mais memoráveis (no bom e no mau sentido) dos games (embora existam muitos games recentes aqui, apesar de aqui ser o Gamer Atrasado)

TOP 7-Grande (ou não) Momentos Musicais em Games

7)Donkey Kong 64-Nintendo 64
O número de abertura deste ótimo jogo de plataforma para o Nintendo 64 ficou gravado nos tímpanos e retinas de qualquer um que o viu.Não por sua qualidade, mas pela imensa tosqueira que isso tudo aqui é.Na esperança de fazer uma coisa "cool" e que servisse pra introduzir as habilidades dos personagens, a Rare sacou um rap (se fosse aqui no Brasil, seria um funk) com alguns dos versos mais inacreditáveis já concebidos pela indústria cultural nesses últimos 100 anos."Ele não estilo/Ele não tem graça/Esse Kong tem uma cara engraçada”.Ai, ai, e eles ainda remixaram essa música pra tocar ao fundo em Super Smash Bros Melee...



6)Conker´s Bad Fur Day-Nintendo 64,Xbox
A Rare faz de novo um número musical bizarro e medonho, mas pelo menos aqui eles não estavam se levando a sério.Conker´s Bad Fur Day era um jogo de plataforma não muito convencional, que se baseava no tripé do humor negro: sangue, sexo e escatologia, este último representado aqui.A batalha contra o monstro de cocô da montanha Poo é uma das mais memoráveis de todos os tempos, graças também a uma letra de vomitar de tanto rir (e quase tão constrangedora quanto à do DK Rap-QUASE), e também pelos métodos que são utilizados para derrotar a criatura.Essa também é a prova do potencial criativo ilimitado dos games; Sim, South Park pode ter um cocô falante feliz, mas um cocô falante que canta ópera?Viva a originalidade dos games!



5)Final Fantasy X-2-Playstation 2
Esse Final Fantasy é talvez o mais diferentes de todos.Não só é uma sequencia direta á um episódio da série-coisa que nunca tinha havido antes- com também tem um elenco totalmente feminino, e uma das aberturas mais bregas e sensacionais da história da série.Veja as estripulias de Rikku e Paine enquanto Yuna faz um show de J-Pop, e entenda:



4)A sua primeira música em Guitar Hero-Playstation 2
Guitar hero é um fênomeno, um dos jogos mais simples e divertidos lançados nesses últimos tempos.Simples, porém não fácil, já que mesmo quem já está acostumado com guitarra pode penar um pouco para aprender.O primeiro contato com o jogo, porém, apesar de muitas vezes desastroso, pode ser tão memorável quanto qualquer momento aqui.E para os desprovidos de um PS2, podem procurar na net um certo jogo chamado Frets on Fire, uma versão de Guitar Hero para o pc.È melhor que ficar tocando no controle.GONNA BE A GUITAR HEEEEEROOOOOOO!



3)Metal Gear 3-Playstation 2
A série Metal Gear sempre teve aspirações "jamesbondianas", mas só no seu terceiro episódio, passado nos anos 60, que o jogo pode explorar essa posssibilidade.Ao som de uma música cantada por Cyntia Harrell (a mesma cantora do tema dos créditos de Castlevannia:Symphony of the Night,"I am the Wind" com aquelas clarinetinhas á lá Kenny G), o video mostra trechos da aventura,no melhor estilo "abertura de filme do James Bond"



2)Gears of War-Xbox 360, PC
Esta com certeza nem teria aparecido na lista não fosse uma visitinha minha ao Gamespy outro dia.Este curto video é um trailer de apresentação do jogo, mas, mesmo não sendo parte diretamente de Gears of War, consegue ser impactante e belo na mesma medida.O efeito que ele provoca é o mesmo das imagens que ele evoca: devastação.



1)Final Fantasy 6-Super Nintendo,Playstation,GBA
"Completamente inesperado" seria o conjunto de palavras que definem este, que sem dúvida alguma é o maior momento musical dos games até hoje.Para solucionar um problema (arranjar um airship), a personagem Celes tem de se passar por uma cantora de ópera, e o resultado não poderia ser mais legal.Apesar de relativamente simples ( e com vozes sintetizadas bastante competentes), a sequencia entrega emoção na medida certa.E já falei que depois você tem que impedir um polvo gigante de jogar uma bigorna em cima da Celes?Ah, os bons tempos do 16bits...

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Macacos Me Mordam!

Por mais que todo mundo saiba que o Nintendo 64 foi um fracasso em comparação com o bem-sucedido Playstation (talvez por que era mais barato, talvez porque tivesse 15 mil jogos a mais), não há como negar que no gênero plataforma o console da Nintendo obteve jogos muito melhores que os da Sony, em parte devido aos jogos da própria empresa, em parte pelos da então second-party Rareware.Mas existe um título para o Playstation, no meio dos muitos Crashs e Spyros, que prima pela característica mais prezada nos jogos da Big N: a inovação.Ah, e ele envolve macacos, muitos macacos.



Ape Escape foi lançado pela própria Sony em meados de 1999, e foi um dos primeiros jogos a fazer uso extensivo do controle Dual Shock (aqueles das duas alavanquinhas), lançado mais ou menos na mesma época, e até hoje é um dos jogos que fazem a utilização mais criativa do controle.Em vez do esquema de "a da esquerda controla o personagem, a da direita a câmera"-norma principal de 99,9% dos jogos de ação do Playstation 2-aqui as alavancas devem ser chacoalhadas de vários modos para se usar uma diversidade de bugigangas eletrônica.Isso sem contar os divertidos minigames liberados ao longo do jogo.



A história de Ape Escape é completamente estapafúrdia, mas não que isso vá incomodar alguém.Tudo começa quando um ingênuo macaquinho albino chamado Specter entra em contato com um capacete que lhe expande a capacidade mental á altos níveis, e também o deixa com uma franjinha estilosa, porém meio emo.Então, ele liberta todos os macacos do parque de diversão onde eles estavam presos, rouba uma máquina do tempo de um professor chamado Professor, e libera a macacada por diferentes eras para alterar a história e fazer os macacos serem a espécie dominante.E ele também faz lavagem cerebral em Jake, o melhor amigo de Spike, este o herói do jogo, para que ele fique DO MAL!Então, Spike deve viajar pelo tempo para recapturar toda a macacada e enfim se confrontar com Specter!Mas para poder cumprir esse objetivo, ele precisará da ajuda das muitas bugigangas inventadas pelo Professor e pela sua sobrinha-assitente, Natalie.Essa história é contada numa série de filmes bem mal-dublados, que na versão que eu arranjei Jake se chamada Buzz, Natalie se chamada Katie, e pior, todos os personagens tinham um sotaque "british" irritante que me fez achar que os macacos do jogo seriam os Arctic Monkeys.



Do começo, Ape Escape parece um joguinho de plataforma mais modesto, visto que as fases não são tão monstruosas quanto as dos jogos de plataformas do Nintendo 64.Mas logo que você sai do Hub World (uma estação espacial temporal, em que você acessa treinamentos e minigames) e vai jogar, você vê que existe um diferencial.Como eu disse, praticamente nada no jogo requer botões, exceto pulo, câmera e trocar de bugiganga.Enquanto a alavanca da esquerda controla Spike, a da direita controla a bugiganga.Ou seja, supondo que você está com o Stun Baton, a principal arma ofensiva do jogo, e empurre a alavanca pra frente, o personagem vai dar uma pancada com o objeto pra frente.No começo, é difícil de pegar o jeito, mas com o tempo é fácil de acostumar.Cada bugiganga requer um movimento diferente da alavanca da direita; O estilingue requer que você puxe a alavanca pra baixo e depois solte para atirar, o Sky Flyer requer que você gire a alavanca rapidamente para voar ou planar, o RC Car permite que você controle um carrinho de controle remoto junto com o personagem...Também existem momentos em que Spike deve dirigir veículos com as duas alavancas, como um barco a remo e um tanque de guerra,Porém, o item mais importante aqui é a Time Net, que servem para capturar os tais macacos pelo jogo.



Por falar neles, os tais macacos neuróticos e hiperativos são os verdadeiros astros do jogo.Ao contrário dos jogos de plataforma tradicional, onde o objeto de coleção, como uma estrela ou uma peça de quebra-cabeça, fica lá paradinho e escondido te esperando, se o macaco te enxergar, começa uma corrida maluca atrás do símio ensandecido, que fica jogando cascas de bananas para Spike tropeçar e também o enche de tabefes o moleque.Sem falar que os macacos não são todos iguais, tendo diversos níveis de força, percepção e velocidade, o que exige uma estratégia diferente para certos macacos(embora não muito).È possível uma aproximação stealth estilo Solid Snake (que já teve que resgatar os macacos numa missão extra hilária em Metal Gear 3:Snake Eater), ativada usando o clique da alavanca que controla o movimento, e aí usar a rede quando estiver próximo do macaco.



Para avançar no jogo, é necessário apenas capturar um certo número de macacos por fase.Porém, para chegar á última e supersecreta fase, é preciso capturar todos os macacos do jogo.Essa tarefa, porém, é mas agradável que a jornada obrigatória inicial.È impossível capturar todos os macacos passando apenas uma vez por uma fase, já que Ape Escape segue aquele mandamento clássico dos jogos de aventura em 3D:
"Voltarás sempre ás fases anteriores depois de aprender novas habilidades para pegar os itens que deixou pra trás".
Porém, repassar os cenários é talvez mais divertido que passar por eles inicialmente, já que com o item Monkey Radar, achar os macacos é uma tarefa relativamente descomplicada, pois os macacos não estão escondido em lugares impossíveis.Para os mais aficcionados, o desafio está em encontrar todas as moedas douradas gigantes com a cara de Specter, estas mais escondidos, e que liberam minigames divertidinhos, que também usam das duas alavancas: um de esqui, rápido e animado, outro de boxe, com o controle um pouco mais molengo, e o último semelhante á Asteroids.Apesar de bons para o multiplayer, e complexos o suficiente para uma produtora mais picareta querer fazer jogos stand-alone com essas mecânicas, mais joguinhos poderiam ser disponíveis do que apenas três.



Muito pode discutir a respeito de Playstation X Nintendo 64, jogos de plataforma, e macacos, mas uma coisa é certa: Ape Escape é um dos melhores jogos de plataforma (se não o melhor) desenvolvido para o Playstation.As ideías do jogo são tão originais e interessantes que geraram duas sequências para o Playstation 2 e um remake para o PSP(que, como não tem as duas alavancas, perde bastante do feeling original.)Apesar de não ser o mais profundo ou desafiador dos jogos de paltaforma, inova no manuseio das alavancas, e tem um fator de replay alto, não sendo um jogo enjoativo.E é também cheio de personalidade, como todo bom jogo de plataforma deve ser.È só ignorar as dublagens e a franjinha do Specter.