terça-feira, 8 de janeiro de 2008

108 personagens não podem estar errados

Entre todos os gêneros de jogos, talvez o mais cultuado de todos seja o gênero dos RPGs.E dentro deste nicho, a vertente com mais fãs com certeza deve ser a dos chamados J-RPGs, os RPGs típicos do Japão. Esses jogos tiveram como pioneiro o primeiro Dragon Quest para NES, que gerou várias convenções típicas desse gênero, tão amadas pelos puristas como odiadas pelo resto da humanidade, como as famigeradas batalhas em turnos, encontros aleatórios, e protagonistas mudos.Com o tempo, muitas modificações foram feitas nesta idéia original, e alguns jogos espetaculares, como Final Fantasy 6 e (ave!) Chrono Trigger.Lá pelos idos de 1999, porém, esta fórmula já dava sinais de desgaste, com novos RPGs orientais testando fórmulas mais ousadas (e nem sempre bem-sucedidas), como em Final Fantasy 8.Este último foi lançado pouco depois de um outro RPG, não tão conhecido, porém com uma grande qualidade: este reprocessa todas as influências clássicas do gênero, retirando (quase) todos os elementos desagradáveis da fórmula.


O primeiro Suikoden (não vai me perguntar se se fala Suikóden ou Suikôden que eu não sei) foi lançado lá em 1996 pela Konami, e foi um dos primeiros RPGs do velho Playstation.Sua sequencia, porém, demorou bons três anos para ser lançada, e foi enfrentar, como dito, uma concorrência desleal com o arrasa-quarteirão FF8.O fato de este ser um RPG bastante tradicional, tanto na forma quanto no conteúdo, já que este jogo tem combate em turnos e ambientação medieval típica, e ainda por cima em 2D, fez com que muitos jogadores ignorarem o jogo. Isso e uma tiragem inicial pequena contribuíram para a raridade do jogo, que hoje em dia pode ser encontrado na internet por preços por volta dos cem dólares em leilões na internet. Isso se você compra jogo original, lógico.


A história de Suikoden 2 começa com personagem principal (e mudo), Riou,(falar a verdade o nome não é esse,porquê você pode escolher que nome dar pro personagem, mas como a Wikipédia diz que o nome canônico é esse e Personagem Principal é muito comprido, é assim que eu vou me referir o sujeito daqui em diante) e seu melhor amigo, Jowy, como dois recrutas no exército da nação de Highland. Este país vive um momento de trégua com o país vizinho, a cidade-estado de Jowston. Porém, durante a noite, o acampamento dos dois é atacado por ninguém menos que o príncipe de Highland, o pérfido Luca Blight, que quer botar a culpa do ataque em Jowston, tendo então uma prerrogativa para invadir a região.Os dois personagens são separados, e Riou acaba prisioneiro de um grupo de mercenários liderados por Flik e Viktor, personagens do primeiro Suikoden. A partir daí, muita coisa acaba acontecendo, e Riou vai acabar como líder da força de resistência contra Luca.


Dizer que a história de Suikoden 2 é complexa é superlativo, já que a característica mais marcante desta série de RPGs é o fato de que existem mais personagens que uma novela das oito. Um pouco mais à frente na história, o protagonista recebe a missão de encontrar as 108 estrelas do destino, 108 personagens que deverão se juntar ao seu grupo. Em dado momento, Riou e seus amigos conseguem um dominar um castelo (que antes era lar de um -olha a uruca- vampiro), que cresce a medida que o jogo progride e mais personagens são encontrados, ganhando novas salas e andares. Para encontras novos personagens, Riou deve completar pequenas missões, ganhar minigames, ou simplesmente atingir determinadas condições e conforme a história se desenrola, novos personagens também se juntam ás suas forças. Estes personagens podem executar diversas funções, como lutar ao seu lado, melhorar o seu castelo construindo novas salas e estruturas, ou simplesmente dar bom-dia quando você passa por eles no castelo. Como o castelo vai crescendo a medida que novos personagens são adicionados,ao final você terá uma verdadeira metrópole para explorar. Aliás, não só o castelo, como até a música do mapa muda a medida que o jogo avança, dando um senso real de progresso para a história.Infelizmente, nem todos os personagens são simples de serem encontrados; alguns estão muito escondidos, enquanto outros exigem tarefas meio incompreensíveis para se juntarem ao seu grupo. Mesmo com a possibilidade de arranjar um investigador particular para investigar os personagens que você ainda não achou, muito deles dependem mais de sorte do que qualquer outra coisa para serem encontrados.


Mesmo com todo este conteúdo extra, já que não é necessário encontrar todos os personagens, o jogo também tem uma jornada linear bem longa, que conta uma história épica de guerra, massacre, traição e destino. Como todo bom RPG, Suikoden 2 se encaminha para uma conclusão apocalíptica, com direito á uma batalha contra um chefe final cheio de tentáculos e cabeças. Porém, Suiko 2 deixa um pouco de lado toda esta conspiração intergaláctico-esotérica típica de muitas histórias de RPG para se concentrar numa história mais pessoal e humana. O jogo é cheio de momentos memoráveis (como o enfrentamento com o terrível Luca Blight, ou a morte de um personagem muito importante, mais para o final do jogo), cuidadosamente construídos ao longo diálogos surpreendentemente bons. Também, as jornadas paralelas para encontrar novos personagens tem tramas interessantes, o que compõe um cenário rico em histórias para explorar. Dado o número incrível de personagens, seria um pouco difícil manter todos eles na história, porém o jogo se esforça para se manter coeso e interessante. Sem contar que é impossível escolher o personagem favorito no meio de tantas figuras bacanas. E se o jogador conseguir juntar todos os 108 personagens, ele é tratado com um final super-especial (do qual eu não gostei muito, porquê eu prefiro os finais mais trágicos...).


Existem três tipo diferentes de sistemas de batalhas em Suikoden 2.O mais comum é a típica batalha contra monstros, que acontece quando Riou e o seu grupo estão andando pelo mapa ou uma dungeon. Esta batalha acontece em turnos (apesar de que a ágil apresentação visual faz com que os personagens ataquem ao mesmo tempo, dando bastante dinamismo ao combate), com os típicos comandos de atacar, usar magia e fugir. Porém, há algumas novidades interessantes. Como há a possibilidade de ter até seis personagens no seu grupo (coisa natural quando existem mais de 60 personagens para escolher), não há diferenças radicais entre os personagens, além dos atributos numéricos. Por isso, o sistema de magia é um pouco diferente dos outros RPGs. A magia em Suiko 2 pode ser usada equipando runas nos personagens. Estas runas podem executar magias diversas(todas com impressionantes animações que mesclam 2D e 3D), dar habilidades especiais aos personagens, e permitir ataques físicos especais.Porém, nem todos os personagens podem usar todo tipo de runa, o que garante uma personalização só um pouquinho limitada. Também existe a possibilidade de unir dois ou mais personagens em ataques especiais. Para isso, se deve prestar atenção na história para ver quais personagens têm ligações. Outra coisa interessante é a presença de opções para lutar automaticamente, subornar os inimigos para não lutar, ou simplesmente ignorar inimigos mais fáceis.Com tantos personagens para escolher, também é interessante o fato de que é fácil nivelar os seus personagens com níveis baixos de experiência, fazendo eles e lutarem uma ou duas batalhas contra inimigos no nível de Riou (que está sempre no grupo, por sinal).


Os outros dois tipos de sistema de batalha são: um duelo um-a-um, no qual o Riou enfrenta um oponente escolhendo opções e deve prever os seus movimentos a partir de suas afirmações na batalha (e que acontecem 4 ou 5 vezes o jogo todo); e o de batalha em "grid", proveniente dos RPGs de estratégia com Fire Emblem e Final Fantasy Tactics, no qual você deve mover suas "peças" por um tabuleiro e derrotar o exército inimigo. Há uma variedade considerável de opções neste último, visto que é possível personalizar as suas unidades trocando os personagens, quer fornecem habilidades distintas ás unidades. Esses combates acontecem em momentos cruciais na história, então, na maioria das vezes esses combates tem fins determinados (sempre calculados pelo seu superestrategista Shu), então são poucas as batalhas onde realmente é preciso de estratégia, graças a essa facilidade.


O ponto fraco de Suikoden com certeza deve ser o seu design de níveis. A maioria das dungeons que você vai explorar são lineares ao extremo, com ocasionalmente algum desvio que leva a algum item. Existem também algumas tentativas de puzzles, mas não passa do típico "empurrar caixas".E por falar em itens, mesmo com uma senhorinha simpática que armazena os seus itens no castelo, gerenciar itens com tantos personagens é um inferno, especialmente quando existem itens especiais, e o número de itens no inventário é limitado. A vantagem é que isto só ocorre com os equipamentos normais, já que as armas de cada personagens devem ser afiadas nas cidades em troca de uma taxa crescente para ficarem mais fortes.È possível trocar itens em certos locais por dinheiro, mas vito que você ganha literalmente rios de dinheiro nas batalhas, acaba sendo uma solução paliativa para esses problemas. Outro detalhe chato é que, como dito, o castelo é uma das principais estruturas do jogo. Porém, se leva muito tempo para conseguir arranjar ele, em média 10 das mais de 40 horas do jogo. Você conta com até com um castelo preliminar no início da aventura, mas você fica perde-o pouco depois.


Suikoden 2 é bastante comprido, com muitas tarefas extras para serem feitas, e muitos minigames divertidos no castelo, que garantem itens novos para os personagens. O mais famoso deles, por sinal, os duelos culinários do chefe Hai Yo, tem uma grande trama paralela, e até uma sequência de créditos própria quando você termina!Por fim, outro detalhe que deve ser mencionado é a ótima arte em 2D, com alguns elementos de 3D, do jogo (existem alguns filminhos em CG, espalhados pelo jogo, mas eles são tão raros e pouco impressionantes que não vale nem comentar).A variedade dos bonequinhos (...), dos figurantes que perambulam pelas cidades é considerável, mas não ao ponto que você vai confundir um deles com um possível recruta do seu exército. Outro detalhe são as animações destes personagens que acontecem em alguns momentos, que são fluidas como um desenho animado.


Apesar de ter ganhado um status "cult" (como muitos dos jogos que eu gosto de analisar...), Suikoden 2 não é o capítulo mais popular desta série, sendo este a sua sequencia para o PS2, Suikoden 3, que se passa alguns anos depois deste episódio. Ao todo, a série Suikoden já conta com 5 jogos, e um spin-off (Suikoden Tactics), mais o episódios mais recentes não foram recebidos com tanto entusiasmo com Suiko 2 e 3.Apesar disto, esta é uma série que consegue manter diferenciais em meio ao oceano de J-RPGs disponíveis por aí. A possibilidade de carregar saves de Suiko 1 no 2, e de Suiko 2 no 3, e a presença de inumeras referências entre os jogos, fazem com que esta seja uma série com uma história maior mais concisa que outras séries de RPG (cujos grande elementos em comum são pássaros amarelos gigantes e velhinhos chamados Cid -nada contra, eu adoro FF).Suikoden 1 e 2 foram lançados juntos numa coletânea em 2005 no Japão, porém vendas inexpressivas barraram a sua chegada no Ocidente. Por isso mesmo, este jogo ainda vale a pena ser jogado no PSX para qualquer fã inveterado de RPG.

6 comentários:

Marcos Diniz disse...

Não cheguei a jogar Suikoden, mas sei que é um clássico da Konami, alias foi tempo qu a Konami tinha criatividade nos jogos!

O PS1 continuou o legado de excelentes RPGS nascidos no SNESS. Chrono Tigger, Breath of Fire, Final Fantasy, entre outros.

Mas sinceramente não curto muito RPGs com batalhas por Rounds, prefiro mais os em tempo real, ZELDA entre outros.

O último RPG que joguei, alias estou jogando, é o OBLIVION.

Até mais.

Anônimo disse...

Aparenta-se muito com a série Golden Sun, de Game Boy Advance, e a série Evolution, do Dreamcast, apesar de que nelas o número de personagens é bem mais limitado (por volta de 8), e o Evolution de Dreamcast ser em 3D.
Parando pra pensar um pouco, lembra de certa forma o chrono Cross (Pelo número grande de personagens e o mundo pra ficar andando).

Abraços Leo, muito bom o blog, continue que estou gostando muito.

Anônimo disse...

ae eu tenho um jogo ótimo pra vc ao estilo zelda mas a história e a quantidade de npcs variados desse rpg é muito boa ,dá pra 3 jogarem,na verdade é dos players mais vc tem direito a usa um pet,vc e um npc o nome é legend of mana *-* o jogo mais lindu da squaresoft
procura só é show eu recomendo.
ae cara agora no suikoden pow eu to numa missão q eu acho q nem é missão pq assim
eu cheguei numa parte q eu já venci uma espada dentro duma caverna liberei alguns bonecos novos
viajei já de barco por outras terras mas agora apareceu uma porção de guarda em toda parte blokiando a passagem q q eu faço pq tipo assim já tá me irritando ,eu ja tenho meu castelo já
ae eu sofri pra matar o vampiro,acho q foi o bixo q mais tive dificuldade a e o jowy traidor bandido sumiu
ajuda eu aew pq assim toquase quebrando o cd

Anônimo disse...

Eu não consegui pegar todos os personagens do Suikoden II, mas qdo eu joguei pela segunda vez, falto o MUKU MUKU(flyer do *******).

Esse é um jogo em que eu nunca vou esquecer de RPG, inclusive pq na luta contra o Luca Blight, morreu tdo mundo mnos o Riou(meus colegas colocaram o nome dele de FUCK-ME, fico muito zuado msmu[Hey, Fuck-Me - Nanami, Promise me...Fuck-Me - Jowy hehehehehehe]), daí eu n tive escolha a não ser derrotar o Luca com ele sozinhu sendo que o Luca não tava com o sangue nem na metade.NÃO É QUE EU DERROTEI ELE???

Mtu fera kra!

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

Eu AMO esse jogo, mais eu não peguei todos os personagens.
O muku-muku tá atráis d uma árvore q fica do lado da ksa do vô do riou. vai lá antes d encontrá a nanami.

e onde tão os besouros e pássaros gigantes pra virarem seus aliados?