quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Uma Espada, um Escudo e uma Lenda

Como jogadores de videogame, todos nós temos algum feito gamístico incrível do qual podemos nos gabar, tipo pegar todas as estrelas do Mario 64, zerar Ghouls´n Goblins,ou terminar algum adventure da Lucasarts sem usar um guia.Porém, também existem aqueles "conquistas" duvidosas das quais pouca gente se orgulha.Dentre as minhas mais bizarras vergonhas gamísticas estão nunca ter passado do primeiro CD de Final Fantasy 7 por que enchi o saco,nunca ter dado muita atenção á The Legend of Zelda:Ocarina of Time,e nunca ter conseguido zerar nenhum Pokémon por causa de uma combinação complexa de falta de paciência,save files corrompidas,e tabefes acidentais em Gameboys.Pelo menos hoje, eu posso dizer que eu me livrei de um desses estigmas nérdicos.



Ah, Ocarina.Caminhos tortuosos são esses que me conduziram até você.Meu primeiro contato com esse jogo foi a bastante tempo,lá na época em que eu alugava jogo,e foi no mínimo frustrante,afinal eu era novinho e não entendia como resolver os puzzles(eu preferia -e acho que prefiro até hoje- Jet Force Gemini,aquele desconhecido jogo de tiro em terceira pessoa onde você chacina insetos alienígenas malvados),o que sempre me fez pensar que este era um título supervalorizado.Com o tempo, eu voltei á jogá-lo esparsamente algumas vezes, o que fez a minha curiosidade voltar.Mas achar um cartucho de N64 funcionando não é tão simples quanto parece (ou eu que sou preguiçoso, sei lá) e eu acabei tendo contato sério com este jogo apenas este ano, quando os acasos do destino fizeram com que experimentasse um emulador de N64.E qual foi a primeira ROM que eu baixei?Acertou quem disse...Paper Mario.Tá, mais a segunda foi Ocarina of Time.Bom, eu também podia ter adquirido esses jogos legalmente e com uma jogabilidade substancialmente melhor no Virtual Console, se o meu Wii não estivesse com um problema bem chatinho.Pois é, eu tenho um Wii.E não jogo.Ainda.Mas essa é uma outra história, pra outro dia e pra outro blog.



Mas enfim, Ocarina.È complicado fazer uma avaliação de um jogo tão universalmente aclamado sem dizer detalhes que praticamente todo mundo sabe, mas vamos lá.Este quarto episódio da série Zelda (ou quinto, se você contar com Link´s Awakening pro Gameboy)passou por um período de desenvolvimento de três anos,e as expectativas eram grandes,pois este jogo deveria traduzir a experiência dos Zeldas 2D para as fronteiras até então pouco exploradas do 3D.Não é preciso dizer que, quando foi lançado em 1998, superou de longe todas as expectativas, com coisas como um mundo gigante e cheio de segredos e puzzles que usavam de física quase realista.Podia não ter vozes e longas cenas de animação como os jogos do concorrente Playstation,mas tinha (e ainda tem) charme e boas idéias de sobra.Mas e ao olhar de hoje em dia, quando praticamente todos os jogos de aventura e exploração pós 1998 foram influenciados de alguma forma por Ocarina?Sim, ele ainda é um jogo do cascalho.Eu não tenho problema com gráficos datados e outras peculiaridades de jogos antigos, (analisar jogos velhos é a proposta do blog), porém os bons jogos e suas boas idéias NUNCA ficam datados.O vovô e a vovó jogavam damas lá na época da carroça, e não é por causa disso que a molecada de hoje em dia parou de jogar damas (Falar a verdade a molecada de hoje em dia prefere GTA,mas enfim).



Não é preciso explicar detalhadamente como começa Ocarina:garoto sem-fada da vila de crianças da floresta recebe uma fada, e aí parte para uma série de aventuras que o levarão para lugares exóticos e distantes,e até mesmo para um futuro apocalíptico, onde o pacífico mundo de Hyrule foi dominado pelo seu arqui-nemesis, Ganondorf.Para isso, ele deverá atravessar templos a procura de medalhões mágicos e dos sacerdotes que o ajudarão a derrotar o malvadão.Muitas pessoas argumentam que a história de OoT é meio fraquinha, porém, a verdadeira força da trama deste jogo está no seu alto grau de simbolismo,o que torna o jogo passível a interpretações mais profundas,e comparações com os muitos mitos fundadores da nossa civilização.O herói tem de abdicar de sua inocência (a infância, no caso) para embarcar numa jornada cujo objetivo será unir os povos do "mundo"(Hyrule).E é por isso que cada sacerdote de cada templo representa uma raça; só reunindo todos os povos do "mundo" é que o herói poderá derrotar o mal que consome aquele mundo.



Mesmo com uma história rica em interpretações mais viajantes, todo mundo sabe que a história em qualquer Zelda serve apenas como aperitivo para a parte mais bacana: a exploração.Após ser introduzido á fadinha mala Navi,e uma pequena busca por uma espada e um escudo,Ocarina manda logo de cara um labirinto (você sabe, em Zelda labirintos são aqueles lugares cheios de enigmas em que você tem que achar um mapa, uma bússola, um item especial e matar um chefe pra pegar um tesouro), a Deku Tree, que já serve para demonstrar os engenhosos puzzles que a terceira dimensão proporciona,como pular de uma grande altura para arrebentar uma teia de aranha e usar um galho como tocha.Com o labirinto ganho, você ganha logo ganha acesso ao mundo de Hyrule,e aí a coisa começa de verdade.



Quando você está fora de algum labirinto e está explorando Hyrule, o jogo revela uma pequena falha: a falta de intuitividade.È muito fácil ficar perdido ou "empacado" em OoT porque o jogo simplesmente não indica o que é pra fazer agora.Quer dizer, a Navi bem que se esforça, porém as suas dicas dificilmente ajudam (“Há algo errado na Montanha da Morte","Porquê não vamos ao Lago Hylia?").Apesar disso, a grande graça é descobrir oos pequenos segredo e ser recompensado por eles.E a recompensa nem sempre precisa vir na forma dos famigerados (e muito bem escondidos) Pedaços de Coração.O melhor exemplo é quando se consegue a égua Epona, uma busca que não é necessária para terminar o jogo.São pequenos detalhes, como agarrar uma galinha, saltar de um lugar alto e sair voando para um lugar desconhecido, estourar uma parede com uma bomba, ou tocar uma música e revelar uma passagem secreta, coisas que fazem da jornada estimulante e recompensadora.



E por falar em música, vamos para um detalhe importante; Apesar de transpor todos os itens de Zeldas posteriores para o 3D, os criadores do jogo não se contentaram e incluíram um item inédito, a Ocarina do Tempo, que dá nome ao jogo.Agora, com tanto tempo passado, as pessoas esquecem como a idéia da Ocarina é simples, porém muito inteligente.O item pode ser ativado a qualquer hora, e pode memorizar melodias que servem para resolver diversos puzzles durante o jogo.Algumas músicas têm efeitos diretos no ambiente do jogo (como a Sun Song ou a Song of Storms), enquanto metade serve para teleportar Link de um ponto do mapa pra outro.Mas é claro que isso não teria tanta graça não fosse a notável qualidade das músicas de Zelda.Aliás, a Ocarina se tornou tão popular que teve gente tirando músicas de verdade, tipo o tema dos Simpsons, ou a Marcha Imperial de Star Wars no instrumento virtual.



Mas é claro, existem outros itens no jogo.Os itens estão dividos entre os quais podem ser usados (como o Arco-e-Flecha) e equipados (como as Túnicas Azul e Vermelha), e servem para resolver as múltiplas pendengas nos labirintos, e também fora deles.Como dito, cada labirinto tem um objeto necessário para ele, mas eles não ficam limitados apenas ao item.Cada um dos 8 labirintos(ou 11,se contar o Bottom of the Well,a Ice Cave e o Castelo do Ganon) tem uma característica marcante, seja a cooperação com a princesa Ruto na Jabu-Jabu Belly,os puzzles envolvendo corredores retorcidos no Forest Temple, ou o "elevador aquático" do Water Temple (Notinha:eu demorei duas semanas para passar desse maldito templo!E foi sem a Blue Tunic,porque eu não descongelei aquele fdp do Rei Zora!Ah,eu odeio esse templo!).Enquanto alguns templos são resolvidos mais linearmente, outros exigem um pouco mais de pensamento.Não é só ficar empurrando caixas, enfim.



Eu não estava simpatizando muito com esse jogo, enquanto o estava jogando.Porém, eu me lembro que no dia seguinte ao dia que eu terminei-o, eu senti vontade de voltar a jogar.Foi aí que eu me dei conta o quanto eu estava realmente envolvido com toda a atmosfera do jogo.OoT pode ter alguns momentos irritantes,mas tudo isso some quando se consegue aprende uma nova música,ou se pega um novo Pedaço de Coração.È uma aventura construída junto com o jogador, e não fora do controle dele, e da qual ele tira a sua própria experiência.Mas isso leva aquela discussão já batida de que se jogos eletrônicos são arte ou não.Olha, eu pessoalmente acho que tanto podem ser quanto podem não ser.



Retomando o exemplo lá de cima, alguém pode enxergar beleza artística num jogo de damas?È claro que as estratégias dentro da mecânica de um jogo podem ser consideradas belas, mas isto não é o suficiente.Você consideraria Tetris arte?
Por outro lado, nada impede que um jogo contenha um excelente texto, boa música como trilha sonora,beleza plástica em suas imagens,e uma história que provoque uma reflexão.Muitos jogos foram aclamados em todos esses quesitos, porém, as outras artes podem alcançar aclamação por um desses atributos, que na verdade, as define.Livros trazem bons textos, orquestras e bandas produzem boa música, pinturas e instalações artísticas trazem beleza á visão, o cinema junta vários destes aspectos, e todo essas obras podem induzir a reflexão.Porém, um jogo não precisar se limitar a apenas reproduzir e misturar as expressões artísticas dessas mídias, já que interatividade permitida num jogo é inalcançável em nenhuma destas.Por isso, os jogos modernos podem estar saltando do nível de ser uma mera experiência lúdica (e talvez não-artística), para uma verdadeira experiência interativa multifacetada.Basta só boa parte da indústria (e a sociedade, por extensão) acordar pra esse fato.



Resumindo: The Legend of Zelda:Ocarina of Time é um jogo excelente.Pode não ser tão perfeito quanto muitos dizem, mas chega muito, muito perto.Altamente recomendado.Se for arte ou não, jogue e tire suas próprias conclusões.Agora licença porquê eu vou começar um novo jogo em Pokémon Amarelo.

4 comentários:

Anônimo disse...

Digamos que Zelda não me parece tão abominavel agora...

Anônimo disse...

ótima analise cara falou tudo mesmo! parabens ae =D
tava demorando mesmo pra jogar esse clássico cara! me viciei mto na época com meu n64 =P não sabe como foi horrivel quando vendi ele xD carai como vc lembrou de jet force gemini? caramba lembro q era o jogo q mais alugava, gostava pra caramba.. não sei porque não deram muito atenção ao jogo nem fizeram uma continuação =/... Vc tem wii??? o.O e não joga? o.O espero q me explique com detalhes isso ai ehauheua. Po me lembro bem dessa parada de ficar empacado... era uma merda msmo, eu ficava que nem quando não jogo ff ha uns 3 meses e quando volto a jogar não sei o q fazer e etc... A ocarina era mesmo mto foda heheh eu me lembro q eu conseguia tocar o tema ddo missao impossivel e a musica de kakariko na ocarina =P. Outra coisa q concordo eh sobre esse templo... com certeza o templo mais trabalhoso do jogo =/ imagina eu com 8 anos de idade, perdidão elevando e baixando o nivel da agua toda hora =(...
Po zelda eh mto foda... me diverti muito com n64 agora q me lembro de quando jogava goldeneye e super smash com meus amigos nas ferias xD n64 + 4 controles + goldeneye = diversao garantida.
Não é por nada q esse jogo foi considerado o melhor de todos os tempos (não sei se ainda eh) pelo gamerankings (acho q o nome eh esse) de qualquer forma, muito boa analise =D continua assim =P
FLW!

Anônimo disse...

Oi, achei seu blog pelo google está bem interessante gostei desse post. Gostaria de falar sobre o CresceNet. O CresceNet é um provedor de internet discada que remunera seus usuários pelo tempo conectado. Exatamente isso que você leu, estão pagando para você conectar. O provedor paga 20 centavos por hora de conexão discada com ligação local para mais de 2100 cidades do Brasil. O CresceNet tem um acelerador de conexão, que deixa sua conexão até 10 vezes mais rápida. Quem utiliza banda larga pode lucrar também, basta se cadastrar no CresceNet e quando for dormir conectar por discada, é possível pagar a ADSL só com o lucro da discada. Nos horários de minuto único o gasto com telefone é mínimo e a remuneração do CresceNet generosa. Se você quiser linkar o CresceNet(www.provedorcrescenet.com) no seu blog eu ficaria agradecido, até mais e sucesso. (If he will be possible add the CresceNet(www.provedorcrescenet.com) in your blogroll I thankful, bye friend).

Anônimo disse...

aew gente eu sou um fã de zelda gosto muito desse game a 1 semana atrás estava jogando Zelda ocarina of time no emulador(project N64) só que quando eu acabei de matar o chefão do templo da água o "Morpha" eu salvei,tudo bem peguei epona lá fora e salvei.Ai faltou luz eu fiquei despreocupado pq já tinha salvado só que quando liguei o pc e dei LOAd o arquivo tava corrompido=/ fiquei mt triste e não quiz mas jogar só pesso um apelo se alguém tiver um save me passa por favor bota o link aki blz tem que ter o arquivo PJ agradeço...